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Grow, dona de patinetes elétricos e bikes para aluguel, tem falência decretada
Decisão foi do Tribunal de Justiça de São Paulo, que prevê a venda dos bens da empresa para pagamento das dívidas
Por O GLOBO
— Rio de Janeiro
(Foto: Divulgação)
Dona de patinetes elétricos e bicicletas para aluguel, a Grow teve a falência decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo na segunda-feira. A decisão foi do juiz João de Oliveira Rodrigues Filhos, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais. A startup estava em processo de recuperação judicial desde 2020.
A falência acontece quando a empresa se torna ilíquida e incapaz de honrar seus compromissos, explica Luís Alberto de Paiva, economista especialista em reestruturação financeira de empresas e diretor da Corporate Consulting. No caso da Grow, a decisão acontece após a empresa declarar que “por circunstâncias alheias à sua vontade, não puderam honrar com o cumprimento do plano e que não há expectativas de soerguimento da atividade.”
— A falência da Grow deve-se ao fato de não conseguir cumprir o fluxo de pagamentos da recuperação judicial por estar com suas operações paralisadas e pelo não cumprimento de pagamentos ou não apresentação de demonstrações contábeis e financeiras penalizadas por convocação falimentar — avalia Paiva.
Na decisão, o magistrado observa que os credores da startup “terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas”, mas não menciona o montante total de dívidas da empresa.
Para quitar as dívidas — cujo valor não consta na decisão — a sentença prevê a venda dos bens da companhia no prazo de 180 dias. Além disso, a decisão solicita que o administrador judicial apresente um plano detalhado ao magistério com os ativos adquiridos a partir dessa venda.
O GLOBO não conseguiu contato com os representantes da Grow até a publicação desta reportagem. A reportagem também pediu comentários sobre a decisão aos advogados e a administradora judicial, que não retornaram.
Fusão entre startups
A Grow nasceu da fusão de duas startups: a mexicana Grin, de aluguel de patinetes elétricos na América latina, e a brasileira Yellow, que loca bicicletas sem estação. A união das empresas ampliou os serviços ofertados.
Na época da fusão, juntas, Yellow e Grin passaram a oferecer 35 mil patinetes e bicicletas em sete países.
O plano inicial era dobrar a frota e expandir o serviço para outros países da América Latina, além de continuar com a manutenção dos produtos ofertados no Brasil, México, Colômbia, Peru, Uruguai, Chile e Argentina.
No entanto, em 2020 a Grow anunciou mudanças na operação no Brasil com a retirada das bikes do país e dos patinetes em 14 cidades do país. Poucas semanas após a redução da operação no Brasil, a empresa foi vendida para a antiga dona do site de descontos Peixe Urbano, que também entrou em colapso financeiro.
Como mostrado pelo GLOBO, a aquisição da Grow naquela ocasião não envolveu pagamento em dinheiro, e os investidores da Grow continuaram com participação de 20%. Mais tarde, no mesmo ano, a Grow entrou com um pedido recuperação judicial.