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Eventos climáticos extremos exigem cautela das empresas. Especialistas dão dicas para prevenção

7 de novembro, 2023

Por Shagaly Ferreira

(Foto: Rovena Rosa | Agência Brasil)

avanço do El Niño e de outros fenômenos climáticos pelo mundo aponta para a tendência de que será cada vez mais frequente a ocorrência de eventos extremos, como as tempestades intensas registradas na última sexta-feira (3/11) em dezenas de municípios de São Paulo. Como resultado da passagem de temporais desta magnitude, a falta de energia elétrica, as inundações e até mesmo a ocorrência de danos estruturais em imóveis afetam não somente os moradores das regiões, como também os empreendedores locais.

Em casos como estes, os produtos perecíveis estocados ou expostos à venda tendem a ser os mais afetados, principalmente em pequenos negócios, que não costumam dispor de equipamentos alternativos para o rápido reabastecimento de energia elétrica. No setor de serviços, o impacto desses fenômenos pode vir do corte no fornecimento de água ou internet, por exemplo. Especialistas consultados pela PEGN avaliam que, nessas circunstâncias, a prevenção é fundamental para evitar ou amenizar os impactos negativos durante as intempéries.

Parte das ações são de responsabilidade das organizações do poder público, como ressalta Manuel Martins, coordenador executivo da certificação de sustentabilidade na construção civil da Fundação Vanzolini. Cabe a esses órgãos a manutenção adequada da rede elétrica e a poda frequente de árvores que ameaçam cair sobre imóveis, encanamentos e fiações.

Para se prevenir, ele aponta que empreendedores podem adquirir geradores de energia, ainda que básicos, e caixas d’água que deem suporte em casos de desabastecimento. Nesse último caso, deve ser mantida a higienização frequente do reservatório de água.

Se não for possível realizar essas intervenções no negócio, a contratação de um seguro pode ser uma alternativa de proteção. Segundo o advogado Paulo Piza, do escritório Ernesto Tzirulnik Advocacia, uma das alternativas indicadas para pequenos negócios é o chamado seguro compreensivo empresarial. Esse tipo de contrato cobre diversos riscos ao patrimônio, incluindo os relacionados aos desastres naturais. O valor a ser pago pelo empreendedor é variável e será avaliado de acordo com os bens agregados na cobertura e também ao nível de risco ao qual o empreendimento está exposto.

Medidas de prevenção

Além do investimento em equipamentos para suporte de emergência e da possibilidade de contratar uma apólice em seguradoras, há outras medidas estruturais que podem ser adotadas pelos pequenos negócios para prevenção de impactos associados aos fenômenos climáticos. Tiago Antunes, consultor de negócios do Sebrae-SP, elenca oito sigestões:

1. Avalie o risco climático

Antes da locação ou da construção do imóvel para a abertura de um negócio, é importante que sejam identificadas as ameaças climáticas mais relevantes para a região escolhida. Isso pode incluir furacões, inundações, incêndios florestais, secas, tempestades de neve, entre outros fenômenos climáticos.

2. Desenvolva um plano de contingência

Uma vez identificados os riscos, o empreendedor deve criar um plano de contingência específico para cada tipo de evento climático extremo que possa afetar a empresa. O plano deve incluir procedimentos de emergência, responsabilidades claras e estratégias de comunicação entre funcionários e clientes.

3. Proteja instalações elétricas e hidráulicas

É importante que sejam reforçadas as estruturas e instalações da empresa para torná-las mais resistentes aos eventos climáticos extremos. De acordo com Antunes, isso inclui a aquisição de materiais à prova de intempéries, a elevação de instalações em áreas de inundação e a instalação de sistemas de drenagem adequados.

4. Faça backup de dados e sistemas

Para evitar perda de arquivos e de outros dados importantes para a empresa, em caso de falta de energia ou queima de equipamentos eletrônicos, vale utilizar ferramentas de backup para garantir a continuidade das operações em caso de interrupções causadas por fenômenos climáticos.

5. Estoque suprimentos de emergência

Há casos em que a região onde o empreendimento está localizado pode ser afetada de forma grave por inundações e deslizamentos. Nessas circunstâncias, o especialista aconselha manter um estoque de suprimentos de emergência, como água potável, alimentos não perecíveis, geradores e medicamentos.

6. Treine funcionários para casos emergenciais

Os treinamentos realizados regularmente possibilitam que os funcionários fiquem cientes dos procedimentos de emergência e saibam como reagir em caso de um evento climático extremo, que envolva riscos à sua própria vida e às dos clientes.

7. Faça parcerias com autoridades locais

Acompanhar autoridades locais e regionais, como órgãos de gestão de emergências e agências meteorológicas, auxilia o empreendedor a receber informações atualizadas sobre possíveis fenômenos climáticos extremos e a coordenar a resposta em situações de crise.

8. Avalie e aprimore continuamente o plano de emergência

Após a ocorrência de uma crise relacionada a uma intempérie, o desempenho do plano de contingência deve ser avaliado e ajustado conforme necessário. “Aprender com experiências passadas é essencial para melhorar a preparação da empresa e a gestão de riscos”, afirma Antunes.

https://revistapegn.globo.com/gestao/noticia/2023/11/eventos-climaticos-extremos-exigem-cautela-das-empresas-especialistas-dao-dicas-para-prevencao.ghtml

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