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Secondment jurídico: o modelo global que está redesenhando o mercado
O modelo de secondment jurídico ganha espaço como alternativa flexível e estratégica para empresas e departamentos jurídicos em busca de eficiência
Olivia Mari Matsuzaka Andrade
Uma transformação contundente e cada vez mais visível vem redesenhando a forma como os serviços jurídicos são prestados no mundo todo. Em meio à pressão por eficiência, redução de custos e maior especialização, empresas e departamentos jurídicos estão adotando modelos mais flexíveis de contratação — com destaque para o secondment jurídico.
Mais do que uma tendência, o secondment se consolida como um modelo global de sucesso: nele, advogados são alocados temporariamente dentro das empresas para atuar como parte do time jurídico interno, por tempo determinado, com escopo claro e resultados mensuráveis.
Em grandes mercados como Estados Unidos, Europa, Austrália e Índia, o secondment jurídico já é prática comum. Empresas como Axiom, LOD, LawFlex e unidades como Peerpoint (Allen & Overy) ou Konexo (Eversheds) são referências mundiais. Escritórios tradicionais, startups jurídicas e até as Big Four passaram a oferecer advogados sob demanda como parte de suas soluções para o setor jurídico corporativo.
O que move esse modelo?
- Substituição temporária de advogados
- Suporte em projetos estratégicos
- Picos de demanda que exigem reforço qualificado
- Geração de eficiência sem expansão da folha de pagamento
Além disso, a tecnologia tornou-se aliada estratégica: plataformas digitais e Inteligência Artificial (IA) ajudam a selecionar talentos, monitorar desempenho e acelerar entregas jurídicas.
O movimento já chegou aqui no Brasil. Com o crescimento dos departamentos jurídicos internos, a busca por alternativas à contratação tradicional de escritórios ou ampliação da equipe fixa tornou-se urgente.
Modelos como o secondment vêm se consolidando como resposta real a esse cenário — trazendo flexibilidade, agilidade e especialização sem ampliação da folha de pagamento.
O que aprendemos com os benchmarks globais
- A importância do match certo entre advogado e cliente — considerando não apenas a técnica, mas o perfil comportamental
- A oferta de contratos e escopos flexíveis, adaptados à realidade de cada empresa
- O uso de ferramentas tecnológicas para trazer eficiência, visibilidade e segurança
- A necessidade de acompanhamento contínuo e cultura de feedback
- A valorização da experiência do cliente e do advogado, com foco em longo prazo
O futuro é colaborativo, flexível e estratégico
O secondment jurídico não é apenas um modelo de alocação. É uma nova forma de colaboração entre escritório e empresa, mais próxima, mais fluida e mais alinhada aos objetivos de negócio.
Olivia Mari Matsuzaka Andrade é gerente de Marketing de Comunicação, Comunidades e Cultura do escritório Viseu Advogados.