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Número de diagnósticos de câncer de próstata reduz 63% em 2025 na região do ABC

Número de diagnósticos de câncer de próstata reduz 63% em 2025 na região
Foram 144 casos de janeiro a setembro, contra 387 de 2024; campanha Novembro Azul reforça a importância dos exames
Tatiane Pamboukian
FOTO: Freepik
Os diagnósticos de câncer de próstata no Grande ABC diminuíram em um ano. As sete cidades registraram uma queda de 63% de janeiro a setembro de 2025, com 144 casos, em relação ao mesmo período de 2024, quando a região contabilizou 387. Os dados são do DataSUS.
O câncer de próstata é o segundo mais incidente em homens. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), o Brasil registra mais de 70 mil novos casos por ano. A queda pode ser reflexo do preconceito com o exame de toque retal que identifica a doença e não necessariamente uma redução no número de casos, de acordo com o médico doutor em Urologia Alexandre Iscaife.
Para conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de próstata, neste mês é promovida a campanha mundial Novembro Azul. Quando descoberto no início, em até cinco anos, a doença tem 98% de chances de cura, segundo o NCI (National Cancer Institute). “Se a doença já se disseminou essas taxas caem para números ao redor de 37,5%”, ressalta Iscaife.
O urologista afirma que o câncer de próstata não apresenta sintomas no estágio inicial. “Por isso se faz necessário exames como o PSA (exame de sangue) e toque retal. Quando os sintomas aparecem, a doença já está avançada. Esses sintomas podem ser obstrução urinária, dor nos ossos, fraturas patológicas, dentre outros.”
Quando os resultados de tais testes são elevados, o médico solicita uma biópsia de próstata para confirmar o diagnóstico. O tratamento, em casos mais simples, é apenas um acompanhamento – vigilância ativa. Para os tumores mais agressivos, é recomendada a cirurgia, com remoção parcial ou total da próstata, juntamente com radioterapia, terapia com hormônios ou até quimioterapia, dependendo da gravidade.
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada logo abaixo da bexiga e à frente do reto. Conforme explica Iscaife, ela envolve a porção inicial da uretra – o canal por onde a urina e o sêmen saem do corpo – e tem como principal função produzir parte do líquido seminal, que nutre e transporta os espermatozoides. Um tumor é formado quando há crescimento descontrolado de células.
A doença é mais incidente a partir dos 40 anos. Entre os 144 casos deste ano, 80% (116) foram diagnosticados em homens de 60 a 79 anos. “Com o tempo, as células sofrem mais mutações genéticas espontâneas. O sistema imunológico perde parte da eficiência em eliminar células anormais. A exposição prolongada à testosterona e seus metabólitos pode estimular o crescimento celular na próstata. Por isso, o câncer de próstata é mais comum após os 50 anos”, esclarece o urologista.
O exame é indicado para homens com mais de 50 anos e é realizado gratuitamente nas UBSs (Unidade Básica de Saúde) dos municípios. Para quem tem fatores de risco, como histórico familiar de câncer de próstata, a recomendação é a partir dos 45 anos. Durante o mês de novembro, serão realizadas algumas ações de prevenção por meio de palestras, rodas de conversas e orientações ao público-alvo nas unidades de saúde.





