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Evolução energética: o caminho para manter a geração de energia

Evolução energética: o caminho para manter a geração de energia
A variedade de fontes permite que o sistema funcione com segurança energética já que juntas uma complementa a outra, evitando apagões
A matriz elétrica brasileira é limpa, com cerca de 90% da energia elétrica gerada a partir de fontes renováveis, como hidrelétricas, eólica e solar. Isso coloca o país em uma posição de destaque global. Mas, apesar de limpas essas fontes são intermitentes. Se não chover, se não fizer sol, se não houver vento elas não funcionam. Por isso, especialistas defendem a importância de manter em operação as fontes firmes, como as usinas térmicas que estão sempre aptas para serem acionadas e garantir o fornecimento de energia.
Tiago Lobão, advogado especialista em energia, conta que países que acabaram com essas fontes firmes, tiveram que voltar atrás. “Se acabar, hoje, com essa geração firme eu posso ter um problema de segurança energética. Temos o exemplo da Europa que acabou com quase todas as suas térmicas e ficou dependendo quase 100% do gás russo e com a Guerra da Ucrânia teve que religar fontes fosseis e voltar no tempo. Então, essa transição feita açodadamente é um problema”.
Mas, Tiago complementa, afirmando que o Brasil não precisa fazer uma transição e sim uma evolução energética. “A ideia de transição nos passa aqui uma ideia de que eu preciso sobrepor uma fonte a outra ou escolher uma fonte a outra. Ao passo que a riqueza maior que o Brasil tem hoje é a sua diversidade de fontes. Então, ao invés, de fazer a transição e escolher uma fonte ou outra eu falo em evolução. Falo em investimento em tecnologia, capturar carbono e o que eu posso fazer de pesquisas para melhorar lavras, geração, gerar crédito de carbono. Então, eu foco muito mais em evolução do que transição”, analisa o advogado.
A evolução energética com o passar do tempo
Pesquisas que permitem evoluir uma cadeia que ao longo dos anos já se transformou, e muito. Hoje, as térmicas, tem sido a segurança do sistema. Com uma instabilidade climática dava vez maior são as usinas a carvão que geram energia para que ninguém fique no escuro. Necessidade que só tende a aumentar. O mundo, cada vez mais tecnológico e moderno, vem consumindo mais energia elétrica.
O presidente da Associação Brasileira do Carbono Sustentável pontou o surgimento de novos datacenters e a popularização dos carros elétricos como exemplo da necessidade de ter energia disponível. “É a era da eletricidade, nós estamos em 4% ao ano de crescimento. Isso porquê? Pela entrada de datacenters cada vez mais, carros elétricos, ar condicionado e a questão do aumento populacional, então, tudo isso leva você a ter uma demanda cada vez mais de energia elétrica pro planeta. E você vai precisar de fonte térmica, só que as fontes térmicas tem que ser neutras em gás de efeito estufa, então, é aí onde entra a questão da tecnologia, tecnologia de captura de carbono e armazenamento de CO2”, explica Fernando Zancan.
Zancan explica que momento as térmicas estão todas em operação. E por isso, o sistema está seguro. Se essa fonte firme fosse encerrada, provavelmente, o Brasil teria sérios apagões e, aí sim, a conta iria ficar bem cara.
“A energia mais cara é a que você não tem e o sistema elétrico só funciona se você tiver todas as fontes, e principalmente, na questão da inércia, que as grandes máquinas térmicas fazem que segura a frequência. Se não ajustar oferta e demanda o sistema cai. E dá apagão e o custo fica inviável. Então, não desliga nada, usina de carvão todas elas precisam estar sendo mantidas. E do outro lado botar mais fontes de geração, porque todas elas são necessárias”, conclui o presidente ABCS.
Mesma opinião compartilhada pelo Tiago Lobão que acredita que o encerramento de usinas como as térmicas movidas a carvão poderão trazer um impacto grande ao sistema brasileiro. A variedade de fonte é importante para a segurança energética. “Não precisamos desligar nossas fontes. Nós já temos 90% da nossa energia sendo gerada de forma limpa. O que eu preciso ter hoje é segurança e investimento. Se desligar essas fontes firmes eu tenho sim um risco de apagão, um risco de instabilidade sistêmica e um risco a soberania nacional que é um risco pra mim, maior de todos”, finaliza Tiago Lobão.
(Foto: Marcello Casal Jr./Ag. Brasil)
https://ndmais.com.br/meio-ambiente/evolucao-energetica-o-caminho-para-manter-a-geracao-de-energia/





