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Estratégias inovadoras no Agro: o papel das joint ventures no Brasil
Viabilizam parcerias estratégicas entre empresas, permitindo a realização de projetos específicos sem demandar mudanças estruturais ou comprometimento formal de longo prazo.
Por Fernanda Santos da Rosa*
As joint ventures tornam-se uma estratégia de grande valor ao viabilizarem parcerias estratégicas entre empresas, permitindo a realização de projetos específicos sem demandar mudanças estruturais ou comprometimento formal de longo prazo.
As joint ventures podem ser estruturadas de duas formas principais: contratual ou societária. Na modalidade contratual, duas ou mais partes se unem por meio de um contrato que estipula os termos da colaboração, o compartilhamento proporcional de riscos e benefícios, e a divisão dos lucros e perdas. Como não há criação de uma nova entidade jurídica, essa estrutura se apresenta como uma solução ágil e flexível para a realização de objetivos específicos.
Por outro lado, as joint ventures societárias implicam a criação de uma nova entidade jurídica, que pode adotar um tipo societário escolhido pelas partes. Nesse modelo, as empresas participantes integram recursos financeiros, tecnológicos e operacionais em uma estrutura com patrimônio segregado e regras claras de governança, de modo que as empresas participantes compartilham recursos, riscos e benefícios dentro de uma organização formalmente estabelecida para atender aos objetivos do projeto.
Veja que em ambos os casos, as joint ventures mantêm a independência das empresas participantes, exigindo menos compromissos formais e concentrando esforços em áreas específicas de cooperação. Essa flexibilidade é um diferencial valioso, particularmente em setores como o agropecuário, que atuam em um mercado dinâmico, sazonal e constante necessidade de inovação.
Neste contexto, observamos recentemente no setor do agronegócio a constituição da joint venture entre a SLC Agrícola e Grupo RZK, com foco em produção agrícola em terras arrendadas para o cultivo de grãos e fibras (como soja, milho e algodão), visando expandir a capacidade produtiva e garantir o uso eficiente das melhores práticas agrícolas em áreas de alta aptidão produtiva.
Essa joint venture evidencia como o modelo pode ser aplicado de forma estratégica para endereçar desafios específicos do agronegócio no Brasil. Isto porque a parceria foi estruturada com o objetivo de atender às crescentes demandas do setor por expansão produtiva, sem a necessidade de aquisição direta de terras, permitindo um uso mais eficiente dos recursos e reduzindo os riscos associados ao investimento em áreas agrícolas.
Além disso, a especialização da SLC em tecnologias agrícolas modernas e a experiência do Grupo RZK em gestão de ativos imobiliários garantiram um alto potencial de sucesso ao projeto, solidificando o uso de melhores práticas agrícolas e promovendo a eficiência nas operações.
Igualmente, reforça como o modelo pode potencializar as principais metas de sustentabilidade do agronegócio. Ainda, ao unir força de mercado e know-how técnico a parceria contribuiu para a ampliação da produção de forma responsável, alinhada às exigências globais de proteção ambiental e sustentabilidade, características cada vez mais exigidas pelos mercados consumidores.
Assim, o caso SLC-RZK demonstra a relevância das joint ventures como uma ferramenta indispensável para empresas que buscam não apenas crescimento e inovação, mas também a capacidade de operar em um cenário mundial competitivo, enfrentando desafios climáticos e tecnológicos com agilidade e eficácia.
Portanto, percebe-se claramente que as joint ventures são uma estratégia de negócio capaz de fomentar a inovação, otimizar recursos e alavancar o crescimento empresarial, destacando-se como uma alternativa eficiente no setor agropecuário, impulsionado pela busca de sinergias e avanços tecnológicos. Estratégias inovadoras no Agro: o papel das joint ventures no Brasil
*Autora: Fernanda Santos da Rosa – Advogada da área de Direito Societário e M&A do Briganti Advogados
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