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Disney muda estratégia e avança algumas casas ao investir em acordo com a OpenAI; Entenda
Como parte do negócio, a empresa de entretenimento e conteúdo fará um investimento de US$ 1 bilhão em ações da dona do ChatGPT e vai liberar mais de 200 personagens
Foto: Reprodução | O uso de IPs da Disney dentro do Sora (como nesta imagem) será uma das possibilidades da parceria
A relação entre a Disney e a Inteligência Artificial (IA), antes marcada por incertezas, culminou em um movimento estratégico decisivo. Enquanto o ambiente legal se inclinava ao conflito – evidenciado pelos processos movidos por autores e artistas em janeiro de 2023 contra empresas como Midjourney e Stability AI, alegando violação massiva de direitos autorais –, a Disney optou por uma abordagem radicalmente diferente.
A gigante do entretenimento anunciou, em 11 de dezembro de 2025, um investimento de US$ 1 bilhão na OpenAI, transformando uma potencial batalha legal em uma parceria de alto risco e alto retorno. O acordo vai muito além da injeção de capital. A Disney licenciou seu vasto e valioso catálogo de mais de 200 personagens (Disney, Marvel, Star Wars e Pixar) para a plataforma de vídeo generativo Sora e ChatGPT Images da OpenAI.
Consumidores poderão gerar vídeos e imagens com esses universos icônicos a partir de comandos simples. Essa ação abre uma nova fronteira de participação do público no processo criativo. “Isso abre uma fronteira totalmente nova de participação do público no processo criativo. É lógico imaginar que isso será explorado em conteúdos sociais, testes de recepção, análise de tendências e até estratégias de engajamento,” aponta Paulo Henrique Fernandes, Advogado e Head de Produtos e Tecnologia da V+ Tech.
O CEO da The Walt Disney Company, Robert A. Iger, ressalta a visão estratégica: “O rápido avanço da Inteligência Artificial marca um momento importante para o nosso setor e, por meio desta colaboração com a OpenAI, ampliaremos de forma ponderada e responsável o alcance de nossas narrativas através da IA generativa, respeitando e protegendo os criadores e suas obras.”
IA no Centro da Estratégia de Longo Prazo
A mudança de contencioso para investimento reflete a compreensão de que a IA é um imperativo estratégico. Previsibilidade Estratégica: “Não existe estratégia de longo prazo relevante que não inclua Inteligência Artificial no seu centro. A Disney já opera em uma escala em que criatividade, eficiência e análise de comportamento caminham juntas, e a IA representa exatamente essa convergência,” explica Paulo Henrique Fernandes.
Redefinição da Relação Jurídica: O movimento estabelece um precedente de mercado. Luis Fernando Prado, sócio especialista em direito digital do Prado Vidigal Advogados, comenta: “A Disney deu um recado importante ao mercado no sentido de que a IA generativa não é uma ameaça à criatividade, mas um acelerador, especialmente quando inserida em arranjos jurídicos sólidos. É um passo que tende a redefinir a relação entre titulares de direitos e desenvolvedores de IA, privilegiando cooperação estratégica em vez de disputa judicial.”
O licenciamento permite que seleções especiais de vídeos gerados pela Sora sejam disponibilizadas no Disney+. A colaboração se estende à criação de novas experiências para os assinantes do serviço de streaming, promovendo formas inovadoras de conexão com as histórias.
A expectativa é que a Sora e a ChatGPT Images comecem a gerar conteúdo licenciado no início de 2026, englobando desde clássicos como Mickey Mouse e Cinderela até ícones da Marvel (Pantera Negra, Homem de Ferro) e Lucasfilm (Darth Vader, O Mandaloriano).
Sam Altman, cofundador e CEO da OpenAI, resume a união: “Este acordo demonstra como empresas de IA e líderes criativos podem trabalhar juntos de forma responsável para promover a inovação que beneficia a sociedade, respeitar a importância da criatividade e ajudar as obras a alcançarem novos públicos vastos.”
